Consultor de marketing político diz que apoio de prefeitos nem sempre ajuda na eleição de candidato ao governo, às vezes pode até prejudicar

Especialista em pesquisa de mercado e opinião, Luiz Felipe Gabriel afirma que escolher um lado é necessário ao chefe municipal e relaciona o apoio dos candidatos nas eleições estaduais à popularidade dos prefeitos com o eleitorado local

3 de junho de 2022 às 15:06

Em ano eleitoral, inevitavelmente as lideranças municipais se veem na posição de apoiar um candidato para o governo do seu estado. O prefeito é o centro de referência para eleitores em seu município e a transferência de votos deve acontecer de forma natural para o candidato por ele escolhido. Por outro lado, se este chefe tem baixa ou nenhuma popularidade, o inverso pode acontecer e o eleitorado tende a votar no candidato de oposição.

Especialista em pesquisas de mercado e opinião pública e CEO do Instituto Verus Assessoria e Pesquisa de Marketing, Luiz Felipe Gabriel diz que a importância dos gestores no processo de apoio a um candidato possui duas vertentes, já que problemas na popularidade do apoiador pode acarretar prejuízo de imagem ao candidato com aquele eleitorado. “Exemplo disso é quando os eleitores naquele município não estão contentes com o prefeito. Dessa forma, a população votante pode transferir seus votos ao adversário, ou seja, o candidato oposto ao que este apoia, em forma de protesto”, comenta.

Para Luiz, alguns candidatos não dependem do apoio do prefeito porque já são populares naquele município, uma vez que sua própria trajetória política o faz ser conhecido naquele lugar. “É o caso do governador Ronaldo Caiado, um político com longa trajetória, extremamente conhecido em quase todos os municípios goianos e que não depende de uma recomendação local”, completa.

O especialista ressalta que um prefeito com pouca popularidade não é uma bandeira viável para nenhum candidato. Esse apoio do prefeito pode ser mais uma questão de estratégia política do que de marketing e pode acontecer de forma pragmática, onde a estrutura de campanha oferecida pelo prefeito é usada, sem que este assuma protagonismo. “Muitas vezes é mais importante manter a coerência do que mudar de lado por causa da opinião pública. Existe um alinhamento histórico de políticos que costumam se apoiar repetidas vezes. A ruptura pode acarretar um preço a se pagar, se os eleitores entenderem que houve traição”, diz o especialista.

Repórter Eliane Barros

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